quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Aécio Neves rebate discurso do ex- Ministro Nascimento

Aécio Neves critica declaração de Nascimento sobre falta de recursos para duplicação da BR 381

O senador Aécio Neves (PSDB/MG) afirmou, nesta quarta-feira, dia 3, que a declaração do ex-ministro dos Transportes, senador Alfredo Nascimento, confirmando que o PAC não prevê recursos suficientes para a duplicação da BR-381, é mais uma prova de que o governo federal trata com descaso a situação das rodovias de Minas Gerais. De acordo com o ex-ministro, em seu pronunciamento no Senado nessa terça-feira, só estão previstos R$ 1 bilhão para a obra quando seriam necessários R$ 4 bilhões.
"O que estamos assistindo é a constatação daquilo que alertávamos e denunciávamos há muito tempo, desde o tempo em que eu era governador. Não há planejamento no Ministério dos Transportes. O governo vem prometendo a cada ano investimentos na BR-381, vem prometendo esse investimento de R$ 4 bilhões e o próprio ministro, ao contrário do que vinham dizendo ao longo dos últimos anos, e do último ano, em especial, do ano eleitoral, confirma que não existem recursos para essas obras. Enfim, não há planejamento no governo e estamos em Minas Gerais pagando um altíssimo preço pelo descaso, em especial, do Ministério dos Transportes", afirmou Aécio Neves.
Em sua declaração, o ex-ministro deixa claro que o governo federal não priorizou recursos para duplicar a rodovia federal, entre Belo Horizonte e Governador Valadares (Rio Doce), trecho conhecido como Rodovia da Morte pelos frequentes acidentes registrados e grande fluxo de tráfego.
"Só há parte do dinheiro. A 381, por exemplo, há um pouco mais de um bilhão lá. Vai precisar de quatro bilhões", afirmou Alfredo Nascimento. O ex-ministro deixou o ministério após uma série de denúncias de irregularidades em diversos setores de sua pasta, como no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Outros 26 funcionários saíram do ministério após as denúncias.

Rodovia da Morte
Aécio Neves informou que Minas Gerais está tendo investimentos por quilômetro quadrado muito menores do que 12 outros estados brasileiros, e, ao mesmo tempo, possui a rodovia que mais mata no país, a BR 381.
"Estamos vendo o número de mortes crescerem nas estradas brasileiras, mas crescerem mais ainda nas estradas mineiras, exatamente porque não existe planejamento ou investimento adequado. Isso é extremamente grave. De tudo isso, fica uma lição clara: a falta de planejamento, o improviso, o aparelhamento absurdo da máquina pública, que é uma característica do governo do PT, tem levado não apenas à perda de capacidade competitiva de várias regiões mineiras, mas também, infelizmente, o que é mais grave, à perda de vidas", criticou o senador.
Para Aécio Neves, essa situação reforça sua tese de que é necessário estadualizar as rodovias federais do Brasil. Ele adiantou que pretende, brevemente, apresentar projeto de lei nesse sentido. A estadualização das rodovias é defendida pelo senador desde o início de seu primeiro mandato como governo de Minas, em 2003, quando apresentou essa proposta ao governo federal.
"Isso poderia ser feito em um primeiro momento com a transferência de parte dos recursos da Cide e, em um segundo momento, com outras dotações orçamentárias. Aquilo que o estado faz, o estado faz melhor que o governo federal. E não há nenhum exemplo melhor de que o estado trabalha melhor que o governo federal do que Minas Gerais, em especial no que diz respeito às nossas estradas", disse o senador, lembrando que nos últimos 9 anos o governo de Minas garantiu acesso asfáltico para mais de 200 municípios, enquanto o governo federal não asfaltou os seis trechos que estavam sob sua responsabilidade .
O senador lembrou ainda que outras obras reivindicadas pelos mineiros junto ao governo federal não têm recebido a devida atenção.
"Podemos ir além. As obras do metrô, tão anunciadas e propagadas, onde estão? Absolutamente paralisadas. No campo aeroviário, estamos com gargalos enormes nos nossos aeroportos. Fala-se em ampliar os voos para o Aeroporto da Pampulha sem que se fale em qualquer investimento para aquele aeroporto que está lá abandonado há anos. As obras do Aeroporto Tancredo Neves, em Confins, necessárias não apenas para a Copa do Mundo, mas necessárias para o desenvolvimento do Estado, e estão absolutamente atrasadas. O processo de concessão foi anunciado e depois foi paralisado", lembrou Aécio Neves.

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