segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Redemocratização do Brasil : Uma ação dirigida por Tancredo Neves e vivida por Aécio Neves

Redemocratização completa 30 anos


Em 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral elegeu o primeiro civil para a presidência após 21 anos

São Paulo. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) tinha 25 anos e era o secretário particular de Tancredo Neves, seu avô, quando foi eleito presidente. Os dois moravam juntos em Brasília. Aécio se considera um espectador privilegiado daquele momento histórico.

“O mais marcante para mim foi o esforço que Tancredo fez para buscar a legitimação popular para o processo. Vimos uma eleição indireta com manifestações populares que reuniam centenas de milhares de pessoas pelo Brasil inteiro”, relembra o senador.

Aécio conta ainda que, mesmo vitorioso, Tancredo tinha receio de uma reviravolta. “Ele fez um esforço enorme andando pelo País, para impedir qualquer manobra radical”, conta.



Tancredo Neves discursa logo após ser eleito pelo Colégio Eleitoral


São Paulo. No Congresso Nacional, às 12h25 do dia 15 de janeiro de 1985, quando foi anunciado o resultado da eleição indireta para a Presidência da República, a multidão reunida na Esplanada dos Ministérios festejou. Celebrava-se a eleição de Tancredo Neves e, mais do que isso, o fim do ciclo dos governos militares. Após 21 anos, a escolha de um civil para o cargo, mesmo que por meio de eleições indiretas, significava a retomada da supremacia civil nos destinos da República.

Às vésperas do aniversário de 30 anos daquela festa, que ocorre na quinta-feira, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), diz que ela marcou o “reencontro do Brasil com a democracia”. Ainda segundo o senador, que na época tinha 25 anos e era secretário particular de Tancredo, seu avô, foi o momento culminante da “mais bem-sucedida construção política da história contemporânea”.

A candidatura de Tancredo começou a ser tecida após a derrota no Congresso, no dia 24 de abril de 1984, da emenda do deputado Dante de Oliveira (PMDB-GO) que propunha eleições diretas. Político experiente, conhecido sobretudo pela sua capacidade de conciliação, o então governador de Minas iria enfrentar no Colégio Eleitoral o ex-governador de São Paulo e deputado federal Paulo Maluf, do PDS, sigla que dava sustentação política ao regime.

Mesmo sem o apoio de parte da oposição, incluindo o PT e setores do PMDB, Tancredo costurou uma ampla aliança. Foi decisivo o surgimento de uma dissidência no PDS, capitaneada pelos ex-governadores José Sarney, do Maranhão, e Aureliano Chaves, de Minas.

Em troca desse apoio, Sarney foi escolhido para o cargo de vice. Tancredo teve 480 votos, contra 180 dados a Maluf, que saiu do plenário sob gritos de “fora corrupto”.

O mineiro não assumiria, no entanto, a Presidência. Internado na véspera da posse para uma cirurgia, nunca se recuperou. Morreu no dia 21 de abril. No dia da votação, atendendo a orientação do partido, a bancada do PT se ausentou. Três deputados, porém, ficaram e votaram em Tancredo. Mais tarde, ameaçados de expulsão, pediram o desligamento do PT. Um deles, o advogado Airton Soares, diz que apoiou Tancredo porque ele tinha força para negociar a saída para a democracia. “Colaborei, com meu voto, para que essa negociação fosse possível”.

Fonte O Tempo : http://www.otempo.com.br/a%C3%A9cio-foi-espectador-privilegiado-1.972251

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