Aécio quer convencer PSB a apoiar Serra em SP
Por Marcelo Portela
Belo Horizonte - O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou
hoje (5) que "tem conversado" com o governador de Pernambuco, Eduardo
Campos, presidente nacional do PSB, para tentar convencer a direção socialista
a permitir o apoio do partido à eleição de José Serra para a prefeitura de São
Paulo. Campos negou hoje que tenha uma definição sobre a posição do partido na
eleição municipal paulistana, mas o governo federal, quem tem o PSB na base de
apoio, trabalha para que a legenda integre coligação em torno do candidato
petista, Fernando Haddad.
Para Aécio, a direção socialista não deveria vetar um
eventual apoio a Serra e sim permitir que prevaleça "o sentimento da base
do partido em São Paulo". "Tanto do ponto de vista municipal quanto
no Estado, o PSB é nosso parceiro em São Paulo. Fiz chegar isso ao meu amigo
Eduardo Campos", afirmou, em reunião na sede do PSDB mineiro em Belo
Horizonte. Para o tucano, uma interferência do diretório nacional socialista
pode dividir a legenda, que tem o apoio dos tucanos para reeleição do prefeito
da capital mineira, Marcio Lacerda (PSB). "Qualquer decisão à fórceps pode
não trazer o resultado que se busca na base. Uma decisão tomada de cima para
baixo pode até garantir minutos de televisão para a candidatura do PT, mas pode
não levar junto o apoio efetivo da militância e das bases do PSB",
avaliou.
O senador já demonstrou interesse em ter o apoio dos
socialistas para a disputa pela Presidência em 2014 e trabalha pelo aproximação
com o partido, inclusive em São Paulo, porque, para ele, uma eventual eleição
tucana na capital paulistana favorece o projeto nacional do PSDB
"independentemente de quem seja o candidato" tucano na corrida
presidencial. "Temos que concentrar todas as nossas forças em ajudá-lo
(Serra) nas eleições. Acho até que a imposição da qual foi vítima o PT de São
Paulo, na definição de um candidato que não era o das bases, pode levar o PT
ainda a ter percalços neste caminho. Um quadro que parecia, para nós, adverso
poucas semanas atrás, hoje, a meu ver, é extremamente adverso para o PT",
avaliou.
Mas negou que o esforço para a eleição do tucano tenha o
objetivo de eventualmente deixar livre o caminho para sua indicação para a
disputa de 2014. "Eu não faço essa ligação direta entre as duas coisas. A
candidatura do companheiro José Serra em São Paulo era uma demanda do partido.
Foi um gesto de desprendimento político dele, e realmente traz a eleição de São
Paulo para o plano nacional. A questão de 2014 tem que ser vista em 2014, em um
outro ambiente", declarou, defendendo que o candidato tucano seja
escolhido por meio de prévias.
Apesar de confirmar que pretende continuar viajando pelo
País nos próximos meses, Aécio também negou que as agendas sejam realizadas
para pavimentar uma possível candidatura sua à Presidência. O senador alegou
que "fortalecer o palanque do PSDB" para as eleições municipais e que
é preciso "deixar uma coisa para cada momento". "Vamos discutir
as questões regionais as questões locais. Aí, a meu ver, o ano de 2013, provavelmente
no segundo semestre, seja um momento para que o PSDB possa caminhar para
decidir qual será o seu representante nas eleições de 2014. Nem antes, nem
muito depois, na minha modesta avaliação", concluiu.
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