Mostrando postagens com marcador crime. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador crime. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 23 de maio de 2017

O crime que compensa





O crime que compensa




Autor: Instituto Teotônio Vilela (ITV)



O acordo firmado entre Ministério Público e os donos do grupo JBS é escandaloso. Réus confessos precisam pagar pelo que cometeram e não serem tratados como benfeitores

Desde a quarta-feira passada, o país encontra-se envolto num turbilhão do qual é difícil enxergar saída que não seja traumática. O governo está nas cordas e a incipiente recuperação do país está ameaçada. Neste enredo, apenas alguns personagens estão bem, muito bem: aqueles que fizeram as gravações que tumultuaram a história brasileira.

Os donos da JBS são réus confessos, que admitiram ter corrompido a torto e a direito. Suas empresas foram alvos de cinco operações da Polícia Federal nos últimos anos que investigam, entre outros, desvio de recursos de fundos de pensão para a companhia (Greenfield), desvirtuamento de dinheiro do BNDES, hoje dono de 21% da JBS (Bullish), e fraude na liberação de verbas pela Caixa Econômica Federal (Cui Bono). Sem falar na polêmica Carne Fraca.

O grupo J&F é o mais vistoso dos “campeões nacionais” dos governos petistas. Seu faturamento multiplicou-se por quase 40 vezes nos últimos dez anos. Recebeu mais de R$ 11 bilhões de recursos públicos, a maior parte na forma de aportes e compra de ações, ou seja, dinheiro pelo qual sequer tem que pagar juros. O hábito de ser muito bem tratados pelo poder público se repetiu no acordo de delação privada feita com os procuradores.

Os Batistas obtiveram benefícios inéditos ao fazer a delação. Garantiram imunidade e anistia total dos crimes cometidos. “O acordo com a Procuradoria-Geral da República prevê que os delatores não serão denunciados pelos delitos que delataram, ganharão imunidade em outras investigações conexas em curso e até perdão judicial caso a denúncia já tenha sido oferecida”, informa O Globo. O que justifica tamanha candura perante criminosos?

O acordo firmado pelo Ministério Público Federal com os irmãos Batista é escandaloso. A multa cobrada é de apenas uma fração ínfima do patrimônio bilionário dos Batistas, pagável em suaves prestações mensais. Enquanto isso, eles estão autorizados a voar para fora do país e viver nababescamente. Prisão? Tornozeleira eletrônica? Nem pensar…

Uma das controvérsias refere-se ao valor a ser pago como reparação. Os procuradores começaram falando em R$ 33 bilhões, os delatores regatearam para pouco mais de R$ 1 bilhão, dinheiro equivalente apenas ao que eles ganharam especulando com dólar e ações na véspera da divulgação das gravações. O MP tenta cobrar pelo menos R$ 11 bilhões – ainda assim, correspondentes a menos de 6% do que o grupo faturou em 2016, enquanto a lei permite cobrar até 20%.

Não se discute a relevância do que a relação promíscua do grupo JBS revela das entranhas do poder no país. As acusações devem ser seriamente apuradas, com o cuidado de não serem tomadas como verdades acima de qualquer suspeita. Mas, sobretudo, os criminosos precisam ser tratados como tal, e não como benfeitores da nação. Do contrário, vai parecer – mais do que já parece no Brasil – que o crime compensa.

Fonte: Carta de Formulação e Mobilização Política nº 1.588 do Instituto Teotônio Vilela (ITV)

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Aécio responde Dilma: " Golpe é usar dinheiro do crime para obter votos"




Para Aécio, golpe é 'usar dinheiro de crime' para obter votos
Frase do tucano é uma resposta à declaração da presidente Dilma Rousseff.
Dilma disse que usar crise para chegar ao poder é 'versão moderna do golpe'.

Do G1, em Brasília
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), respondeu nesta quinta-feira (17) a declaração da presidente Dilma Rousseff de que "usar a crise para chegar ao poder é versão moderna do golpe". Para Aécio, "golpe é utilizar de dinheiro do crime ou de irresponsabilidade fiscal para obter votos".

O senador comentou a fala da presidente antes de participar de um seminário promovido pelo PSDB em Brasília. Ele disse ainda que Dilma está "obcecada" com a palavra golpe.

"Golpe e atalho para se chegar ao poder é utilizar de dinheiro do crime ou de irresponsabilidade fiscal para obter votos. Não faço aqui prejulgamentos, mas nós temos que garantir que as instituições estejam blindadas", afirmou Aécio. Ele fez referências a uma ação no Tribunal Superior Eleitoral que apura se houve irregularidades nas doações de campanha da presidente e também a uma ação no Tribunal de Contas da União sobre supostas "pedaladas" fiscais do governo.

Nesta terça-feira, deputados de seis partidos da oposição (PSDB, DEM, PPS, SD, PSC e PTB) apresentaram uma questão de ordem indagando formalmente o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sobre os mais de dez pedidos de abertura de processo de impeachment da presidente da República enviados à Casa. A estratégia abre caminho para que se discuta oficialmente o tema na Câmara.

Depois da frase sobre usar a crise ser uma versão moderna do golpe, dada em uma entrevista a uma rádio de Presidente Prudente (SP), Dilma voltou ao tema durante discurso em evento de entrega de casas na cidade paulista. Ela declarou que "usar atalhos questionáveis" para alcançar o poder é golpe.

"Nós hoje quando abrimos os jornais vimos uma presidente da república obcecada com o próprio fim do seu governo. A presidente ontem por duas vezes, sem ser instada fala em golpismo, fala em atalhos pra se chegar ao poder", criticou Aécio.
Fonte: G1
http://dropsmisto.blogspot.com.br