Brasília, 10 de abril de 2010
Meu boa tarde a todas as companheiras, a todos os companheiros
tucanos, do Democratas, do PPS e, em especial , aqueles que sem
filiação partidária participam de um ato absolutamente definitivo para
a história deste país.
Eu começo as minhas palavras dizendo que mais que o lançamento ou o
pré-lançamento de um candidato, nós estamos aqui, governador José
Serra, reunidos para consagrar aquilo que eu dizia, e muitos de nós
dizíamos ao longo dos últimos anos: que a unidade do PSDB era o mais
vigoroso instrumento para que nós pudéssemos ver no Brasil de novo o
governo que privilegiasse o mérito e o resultado.
Caminhei ao lado do governador José Serra durante todo o ano passado
por toda a parte deste país.
Discutimos ideias, apresentamos propostas. Mas ,em muitos destes
encontros, dos quais muitos que estão aqui participaram, eu dizia
sempre: nada haverá de nos afastar de nosso compromisso prioritário
com os brasileiros. Isso passa, repito mais uma vez, pela nossa
unidade. E no momento,em que, no final de dezembro do ano passado,
declarei-me não mais candidato do PSDB, eu dava o primeiro claro sinal
de que estaria ao seu lado, governador José Serra, porque acima de
projetos pessoais, legítimos que sejam, está o interesse maior de
construirmos um Brasil diferente.
Hoje, portanto, em nome dos governadores que me dão o privilégio de
aqui usar da palavra, quero dizer que estamos iniciando um grande
embate. É preciso, principalmente que, nós que aqui estamos, saibamos
que o PSDB e seus aliados estão, sim, preparados para o debate sobre o
futuro desse país. Estamos preparados para o debate sobre o presente,
mas, se quiserem, como alguns têm dito, vamos discutir e debater o
nosso passado porque não há nada que nos envergonhe.
Companheiros e companheiras,
Ao contrário do que muitos querem permanentemente fazer crer, o
Brasil não foi descoberto em 2003. Os avanços que hoje ocorrem, e eu
os reconheço, no Brasil , vieram a partir da luta e do trabalho de
muitos democratas que hoje estão aqui participando deste ato.
Ao PT, partido com o qual disputaremos principalmente estas eleições,
também não é lícito julgar que a sua história se resume aos 8 anos de
governo do presidente Lula. A história do PT vem de longe e vamos,
portanto, a este debate. Porque se o Brasil é hoje um Brasil melhor
foi porque em 1985, ainda sem fundarmos o PSDB, todos que estamos aqui
estivemos ao lado do presidente Tancredo Neves para reconstruirmos a
democracia. Eles não. A ele negaram o seu voto porque o projeto
partidário para eles era e sempre foi prioritário.
O tempo passou. Tivemos a Constituição, uma discussão extremamente
complexa. Aprovamos na Constituinte de 88 a nova Constituição
brasileira. Mais uma vez eles a negaram através de suas mais
eloquentes vozes.
Passou-se o tempo. Um presidente foi afastado do governo por
impeachment. O Brasil , ainda fragilizado na sua tenra democracia.
Assume o governo um grande brasileiro, meu ilustre conterrâneo Itamar
Franco, que convocava as forças de bem deste país para que lhe dessem
sustentação naquele processo de transição. Lembra-se bem nosso
presidente Fernando Henrique, nosso maior líder, nós estivemos lá, ao
lado do presidente Itamar. Eles mais uma vez não, porque o projeto
partidário sempre foi prioritário.
O tempo passou. Veio o governo do presidente Fernando Henrique. E aí a
mais fecunda e profunda transformação na vida dos brasileiros e,
principalmente, dos brasileiros mais pobres, que foi o Plano Real com
o fim da inflação. Nós estivemos lá ao seu lado garantindo a
estabilidade da economia. Eles mais uma vez não. Negaram seu voto à
estabilidade econômica.
O Brasil se modernizou. Veio a Lei da Responsabilidade Fiscal, o mais
importante marco da administração pública moderna. Nós a compreendemos
e votamos a favor dela. Eles mais uma vez não. Modernizamos, sob o
comando do presidente Fernando Henrique, a economia brasileira.
Privatizamos, sim, setores que precisavam ser privatizados, como a
telefonia, como a siderurgia. E eles, mais uma vez, não. Negaram
espaço à eficiência.
Lembro-me, presidente Fernando Henrique, da luta, do trabalho, da
obstinação de dona Ruth Cardoso ao construir uma nova proposta de
transferência de renda para os mais pobres, partindo absolutamente do
nada. Criando cadastros que não existiam , o início do programa de
transferência de renda que teve o nosso apoio. Mas o deles não,
porque não era deles a proposta.
Portanto, presidente Fernando Henrique, governador José Serra,
companheiro Rodrigo Maia, companheiro Roberto Freire, amigos e amigas.
É preciso que nós possamos visitar a fundo a nossa história, porque é
a partir do conhecimento de nossa história que os brasileiros vão
escolher o seu futuro.
Vem, portanto, o rodízio natural do poder, natural e saudável na
democracia. Assume o presidente Lula. E eu quero aqui de público,
frente a frente com meus companheiros, reconhecer virtudes do
presidente Lula. Mas uma, uma acima de todas as outras: ele manteve
absolutamente inalterada a política econômica do presidente FHC. Teve
a responsabilidade de avalizar aquilo que de bom foi feito neste país.
E é ele, mais do que ninguém, que avaliza o governo de V.Exª
Portanto, eu venho aqui, hoje , dizer aos tucanos e às tucanas, aos
democratas, aos companheiros do PPS: não teremos uma travessia fácil
pela frente. Mas quero dizer, agora diretamente a V.Exª., ao amigo,
companheiro José Serra: a partir desse dia de hoje, a sua voz será a
nossa voz, das montanhas de Minas ao Nordeste deste país. Ao Sul, ao
Centro-Oeste, ao Norte.
Cada um de nós haverá de ecoar as suas propostas para dizermos de
forma definitiva que queremos um governo que avance mais, que faça
menos propaganda e que trabalhe, sim, não para que o governo esteja a
serviço de um partido político. Mas, ao contrário, os partidos
políticos estejam a serviço de um país.
Hoje é um dia de enorme alegria. Venho com o coração cheio de
esperança, governador José Serra, porque tenho a convicção de que
passo a passo, com a história que nós construímos e que nos credencia
a dizermos que, se o Brasil hoje é muito melhor – e ele é, é porque
nós tivemos em todos os momentos a grandeza de colocar os interesses
nacionais acima dos interesses individuais ou partidários e ,mesmo
recentemente, fizemos isto.
Portanto, é hora do trabalho. Não do trabalho formal e protocolar: do
trabalho daqueles que acreditam que é possível fazer deste país um
país muito maior , fzermos uma rápida inserção na comunidade dos
países desenvolvidos,com a experiência dos nossos governos, com a
seriedade e a responsabilidade de nossos gestores.
Ninguém tem proposta melhor para este país do que o companheiro José
Serra. E ao seu lado eu estarei , a partir de Minas Gerais, das
montanhas de Minas para, ao seu lado – onde seja convocado, governador
José Serra - fazer com que sua voz possa ecoar por todo o país.
E, aqui de público, para que esse simbolismo marque o encerramento
deste encontro, após a fala de V.Exª. de público, quero convidá-lo
governador José Serra , para que inicie a sua peregrinação pelas
terras mineiras, para que os exemplos dos nossos grandes homens
públicos possam inspirá-lo cada vez mais. E as nossas montanhas de
ferro possam lhe dar forças para essa caminhada, que não será fácil,
mas será uma caminhada vitoriosa porque ao seu lado estarão homens e
mulheres que acreditam na administração pública, não como instrumento
de valorização de uma facção, mas como instrumento da realização dos
anseios e dos sonhos de milhões de brasileiros.
Hoje ,Minas aqui está, presente e de pé, para dizer que a partir deste
momento o candidato de Minas é o governador José Serra, pois ele
encarna os melhores valores e os melhores princípios que conduziram o
Brasil até aqui.
Com generosidade, com amor ao Brasil
Até a vitória da decência e do trabalho.!
Até a vitória de Jose Serra para Presidente da República. !
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