sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

"Falta coragem política ao governo" , diz Aécio

Aécio Neves, líder da oposição,  critica falta de coragem e aparelhamento do governo federal

"Não vejo, até agora, coragem política, disposição do governo, de enviar ao Congresso as grandes reformas ou de fazer a reforma do próprio Estado que havia prometido lá atrás", diz Aécio
O senador Aécio Neves (PSDB/MG) criticou, nesta quinta-feira (02/02), o aparelhamento partidário da administração federal demonstrado, mais uma vez, nas afirmativas feitas contra adversários políticos em publicação da Biblioteca Nacional. Em entrevista após a reabertura do ano legislativo, Aécio Neves disse que 2012 começou mal para o governo federal, também pelo posicionamento adotado pela presidente da República, Dilma Rousseff, na viagem oficial a Cuba, quanto à violação aos direitos humanos no país, e pela continuada rotina de troca de ministros.
Na avaliação de Aécio Neves, as críticas a lideranças do PSDB em publicação paga com recursos públicos mostram que o PT não vê empecilho em usar a estrutura pública para fins partidários. O senador protestou em relação ao episódio e disse que o seu partido espera uma explicação do governo federal.
"O episódio merece a nossa mais absoluta condenação e, ainda, esperamos uma palavra oficial do governo, em relação a essa publicação, patrocinada pela Petrobras, da Biblioteca Nacional, que faz críticas absurdas não apenas ao PSDB, mas a alguns dos seus mais ilustres líderes, como o companheiro José Serra. Portanto, é o dinheiro público sendo utilizado para se fazer política. A democracia que alcançamos pressupunha um comportamento mais ético, mais republicano nas questões que são de Estado. O PT demonstra, logo no início do ano, mais uma vez, uma enorme dificuldade em separar, repito, aquilo que é público daquilo que é de interesse partidário", disse Aécio Neves, classificando a ação como irresponsável.
 Falta coragem ao governo
O senador avaliou ainda que a presidente Dilma prestou um desserviço à imagem do Brasil, e à sua própria história, ao se omitir com relação à violação aos direitos humanos praticada pelo regime cubano há 50 anos.
Aécio Neves afirmou que a presidente perdeu uma importante oportunidade de se posicionar, mostrando que essa é uma questão que não pode ser tratada ideologicamente.
"Lamentavelmente, mais uma oportunidade perdida na recente visita da presidente da República a Cuba. Do ponto de vista da imagem do Brasil, sobretudo da história da presidente da República, a sua omissão em relação à defesa dos direitos humanos em Cuba é uma marca que ela carregará durante seu mandato, contrariando o início do seu próprio mandato, quando deu declarações, que inclusive aplaudimos, em relação ao Irã. A questão dos direitos humanos não pode ser vista do ponto de vista ideológico: dos amigos, aceita-se tudo, dos inimigos condena-se tudo. Na minha avaliação, o ano começa mal do ponto de vista do governo", afirmou o senador.
Aécio Neves criticou ainda a constante troca de ministros. Ele anunciou que a oposição vai demonstrar para a população a falta de eficiência da gestão do governo federal. O atraso das obras do PAC e da Copa foram citados como exemplos de ações prometidas, mas que não foram cumpridas, assim como a reforma ministerial anunciada ano passado.
"Não vejo, até agora, coragem política, disposição do governo, de enviar ao Congresso as grandes reformas ou de fazer a reforma do próprio estado que havia prometido lá atrás. Onde está a grande reforma ministerial? onde está o enxugamento desse ministério? Não é possível que um país como o Brasil ser governado com 40 ministros. Sem dúvida alguma a presidente sequer tem condições de despachar com cada um deles. Talvez até nem os conheça a todos pelo nome. Isso não é bom para o Brasil. E nós vamos estar vigilantes, apesar de sermos minoritários no Congresso Nacional", afirmou.

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